PM manda parar batuque e age com força para dispersar bloco em BH

A festa de carnaval no bairro Santa Tereza, Região Leste de Belo Horizonte, terminou em confusão e violência entre foliões e policiais militares na noite desta segunda-feira (11). Alguns dos militares recorreram a cassetetes e balas de borracha em reação a pessoas que reclamaram da ordem para acabar com o batuque. No tumulto, alguns foram agredidos e uma jovem que tentava gravar os policiais com o celular teve o aparelho na cidade de Belo Horizonte chutado para o alto por um soldado.

A confusão ocorreu na praça Ernesto Fassini, que começou a lotar ainda no meio da tarde, com vários grupos de foliões tocando e cantando marchinhas de carnaval. Às 22h, no entanto, PMs começaram a abordar pessoas com instrumentos parar terminar o barulho.

Insatisfeitos, dezenas começaram a xingar e a provocar os policiais. Por causa do protesto, uma viatura parou no meio da multidão para dispersar os manifestantes e foi alvejada por latinhas e copos de cerveja, que atingiram o carro e os próprios policiais. Neste momento, soldados saíram da viatura com arma em punho e bateram em quem estava próximo.

Muitos foliões foram discutir com os policiais e uma jovem mirou a câmera do celular para o distintivo de um deles. O soldado chutou o aparelho para o alto e se afastou. No meio da confusão, o namorado da jovem se aproximou e gritou com policiais, que revidaram com socos e empurrões.




A reportagem , o tenente Feital, que comandava o efetivo da PM no bairro, disse que as agressões ocorreram somente para reagir aos ataques dos manifestantes com latinhas. Ele acrescentou que o objetivo ali era manter a “harmonia” entre a segurança e a diversão das pessoas. “Eu mesmo participei das reuniões entre a prefeitura e os blocos e o acordo era para terminar o barulho às 22h, com tolerância de uma hora”. A ordem, disse, não incluía a dispersão dos foliões. Uma pessoa foi presa por desacato.

O tenente informou que, no momento mais movimentado, a praça Ernesto Fassini chegou a concentrar 15 mil pessoas, por volta das 21h. O efetivo para a multidão era de 7 PMs e duas viaturas, posteriormente reforçado com a confusão. Próximo dali, na praça Duque de Caxias, que, segundo o tenente, reuniu até 20 mil pessoas, o efetivo policial era de 25 homens.

Por volta da 1h desta terça-feira (12), com a situação mais calma na praça Ernesto Fassini, vários grupos, espalhados no local, recomeçavam o batuque, antes de serem abordados. No local, a PM não registrou ocorrência de brigas ou roubos.

A reportagem entrou em contato com o comando do 16º Batalhão de Polícia Militar da capital mineira, para que a corporação falasse sobre o ocorrido. Foi informado que uma nota seria divulgada ainda nesta terça-feira (12), mas às 20h, a assessoria de imprensa da PM comunicou que  o comando do batalhão só vai se manifestar após o término da operação de carnaval, na quinta-feira (14). O posicionamento da Polícia Militar será registrado nesta reportagem assim que for divulgado.

Fonte: G1





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